Tolstói escreveu Guerra e Paz (1865-69) e Anna Karenina (1875-77), a maior história de guerra e a maior história de amor que o leitor já conheceu. Mas entre nesse mundo exclusivíssimo com A Morte de Ivan Ilitch, um personagem que ninguém construiu igual no mesmo número de páginas. O pensamento de Tolstói, moralista, grandiloqüente, é de difícil assimilação pelo leitor moderno, mas a descrição do carreirista sem caráter Pedro Ivanovitch se faz nas dez páginas iniciais, nas quais nada, nenhum detalhe, é redundante. Em sua sede de aceitação social, incapaz de ter opinião própria, Ivanovitch leva uma vida covarde e representa o homem no que tem ao mesmo tempo de mais mesquinho e presunçoso: a crença de que não vai morrer. Sua vida é a própria morte.
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