Quase tudo que Shakespeare (1564-1616) escreveu merece ser lido. Nenhum autor traduziu como ele as angústias do homem de qualquer época, confrontado entre a palavra e a justiça. Das peças mais famosas, Hamlet (1600 ou 1601) acaba sendo a escolhida por ser a mais filosófica, quase sem ação, sustentada em monólogos inesquecíveis. Mais enxuta que Rei Lear e mais regular que Macbeth, contém toda a ambigüidade da própria condição humana. Com provas tão fracas como o fantasma do pai que lhe aparece, Hamlet parte para se vingar do tio e, sobretudo, da mãe, contando com a falta de tato de sua amada Ofélia. E, ao com-trário do que ocorre nas peças gregas, não há equilíbrio a restabelecer no final: apenas a imperfeição de qualquer verdade proferida pelo homem.
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